Atividades ao ar livre sempre demandaram cuidados especiais. Atualmente, a situação é um pouco mais delicada. Afinal, estamos vivendo um momento de pandemia mundial. A dúvida, no começo da crise, era se era prudente pedalar na rua ou não. Atualmente a questão é um pouco diferente: qual a relação entre bicicleta e saúde e quais caminhos você deve sair pra sair em segurança – sua e de toda a comunidade.

As duas primeiras recomendações são padrão, independente do seu estilo: evite lugares com muita gente e evite pedalar em grupo, os conhecidos pelotões. Para informações mais técnicas, o blog da Isapa conversou com Christian Drumond, ciclista, médico cardiologista e o cara por trás do site Segredos do Mountain Bike. Utilizando conhecimento tanto no pedal quanto do corpo humano, ele passou algumas dicas para quem pedala. Confira!

Antes de tudo, Christian lembra que, apesar da dificuldade do momento, é uma oportunidade para que a gente se sensibilize e comece a valorizar cada vez mais nosso corpo. Segundo ele, pedalar produz alto gasto calórico, favorece o emagrecimento e o condicionamento físico e tem baixo impacto. Ou seja, bicicleta e saúde formam um par perfeito. Mas alguns cuidados precisam ser tomados.

A higienização ideal

“Muita coisa foi falada neste momento para evitar a disseminação do vírus, mas também foi muita coisa infundada em relação à propagação da doença através dos equipamentos do ciclista. É importante, ao chegar em casa, higienizar capacete e roupas do treino, do pedal. Além de estarem em contato direto com a respiração, são fontes de suor. É Importante lavar com água e sabão, assim que chegar do pedal. A bicicleta em si não necessita nenhum cuidado excepcional, além de limpar com itens específicos para ela”, ensina Christian.

COMO A BICICLETA PODE CONQUISTAR AS CIDADES PÓS-CORONAVÍRUS

Outra dica dele é sobre a limpeza do capacete, independente da pandemia. Segundo ele, o ideal é lavar no mínimo a cada dois usos.

“Eu, particularmente, lavo toda vez que pedalo. Chego do treino e já lavo no chuveiro na hora do banho, deixo escorrer uma água e depois deixo pra secar. O capacete, além de favorecer a propagação de microorganismos, pode gerar um odor ruim e propagação de algumas doenças de pele como as micoses”, explica.

Cuidados para andar de bicicleta na cidade

“Vendo sob o ponto de vista do cardiologista, quando pensamos em segurança na bicicleta precisamos pensar na segurança relacionada à saúde de quem pedala. Estar em dia com seu check-up médico, se tem fatores de risco do coração, como colesterol alto, diabetes, hipertensão arterial. Tudo isso é importante”, comenta Christian.

Em épocas de frio (como o período atual em grande parte do Sudeste e Sul do Brasil), o cardiologista lembra de algo que pode parecer banal, mas ele garante que não: o uso excessivo de agasalho.

“É importante que quem for pedalar utilize roupas apropriadas. Usar muitas blusas e calças pode gerar uma fonte de calor excessivo, causando inclusive desidratação”, lembra.

Outra dica de Christian tem a ver com os caminhos escolhidos durante o pedal. Para segurança de ciclistas, ele recomenda que o trajeto siga uma recomendação básica: que esteja de acordo com o preparo físico e com a habilidade na bicicleta.

“O importante é que a pessoa pedala dentro da sua zona de segurança. Evitar vias que exijam além do que o corpo aguenta, seja no nível aeróbio ou de técnica de pilotagem mesmo”, explica o criador do Segredos do Mountain Bike. 

Bicicleta e saúde nas trilhas

De acordo com ele, os cuidados são os mesmos de quem pedala na cidade, com duas dicas extras.

“Sempre recomendo que nas subidas de trilha a pessoa ouse para superar os obstáculos. Em geral elas são de baixa velocidade e permitem que o ciclista erre, por isso é importante se desafiar e se permitir errar. Em relação às descidas, os cuidados são para prevenir as quedas: não deixe a bicicleta sair do controle e ficar desgovernada. Controle a velocidade e técnica, dentro da zona de segurança”, finalizou Christian.

Siga estas dicas, evite aglomerações e bom pedal!