Dia Mundial Sem Carro: conheça ações de mobilidade urbana que deram certo ao redor do mundo
22 de setembro de 2024
Prática, pouco poluente e acessível para muita gente, a bike é uma das principais ferramentas para mudar a forma que a pessoas se deslocam no seu dia a dia
A draisiana, tataravó da bicicleta moderna, foi inventada em 1817 pelo barão Karl Drais, na Alemanha - mais de 150 anos do movimento do dia mundial sem carro, iniciado em 1988. Também conhecida como “Máquina de Correr” ou “Cavalo de Madeira”, ela foi criada como uma alternativa ao cavalo, conceito de transformação de mobilidade que ela carrega até os dias de hoje.
No século XXI, não há como negar que a bicicleta se tornou a escolha de muitas pessoas para substituir ou reduzir o uso do carro e até mesmo do transporte público. A preocupação com o alto índice de carros nas ruas e a mobilidade urbana, entretanto, ganhou força em meados dos anos 80.
Dia Mundial Sem Carro
Os primeiros passos visando reduzir o número de veículos automotores nas ruas se deu na França: foi lá, em 88, que 22 de setembro foi instituído como o Dia Mundial Sem Carro. O movimento se estendeu por outros países europeus e atualmente acontece em praticamente todos os países - incluindo o Brasil.
Ou seja: a preocupação com a mobilidade urbana e em uma cidade feita para as pessoas, e não para automóveis, já tem mais de 40 anos. Na ISAPA, o compromisso de oferecer produtos de alta qualidade a um público amplo, é uma das maneiras de estimular o uso da bicicleta em todas as suas vertentes, seja para a prática esportiva ou para o deslocamento urbano.
Porém, apesar de ser um veículo fantástico, a bicicleta não pode fazer tudo sozinha - nem mesmo no Dia Mundial Sem Carro. Afinal, assim como qualquer outro meio de transporte, ela depende de infraestrutura adequada e de leis que incentivem seu uso.
Por isso, selecionamos 7 ações de incentivo ao uso da bike que foram bem-sucedidas ao redor do mundo. Incentivando não só o uso da bicicleta, mas estimulando que as cidades sejam um lugar melhor para as pessoas: com menos poluição, mais mobilidade e mais humanidade. (Algumas delas, inclusive, podem servir de inspiração neste Dia Mundial Sem Carro e serem replicadas no Brasil).
Iniciativa Bloomberg para Infraestrutura de Ciclismo (BICI):
Dez cidades ao redor do mundo receberam suporte para desenvolver infraestrutura de ciclismo e promover a mobilidade sustentável. Algumas das cidades participantes incluem Fortaleza (Brasil), que está construindo 180 km de infraestrutura cicloviária; Addis Abeba (Etiópia), que planeja duplicar suas ciclovias protegidas; e Bogotá (Colômbia), que está revitalizando bairros com foco nas crianças. O objetivo é aumentar o uso da bicicleta, revitalizar comunidades e combater mudanças climáticas.
Link: Bloomberg
Glasgow’s Strategic Plan for Cycling:
Durante a pandemia da Covid-19, o programa "Spaces for People" incluiu a criação de ciclovias pop-up, zonas escolares livres de carros e áreas de tráfego acalmado. Muitas dessas medidas temporárias se tornaram permanentes, com o objetivo de atingir 590 km de ciclovias até 2025.
Fonte: ITDP
European Declaration on Cycling:
A Declaração Européia do Ciclismo é um conjunto de parâmetros criados pela União Européia com o foco em aumentar o número de ciclistas, garantindo infraestrutura segura e acessível, além de promover a mobilidade inclusiva. Essa declaração visa transformar o ciclismo em um meio de transporte principal para muitos europeus. Até porque, a Europa vem liderando os investimentos em infraestrutura cicloviária, diretamente ligados a compromissos climáticos.
Link: European Declaration on Cycling
Final Mile Program:
Este programa foi focado em cidades dos Estados Unidos como Austin, Denver e Providence, que expandiu rapidamente redes cicloviárias ao combinar metas ambiciosas de quilometragem, pressão política constante e assistência técnica. Esse modelo de advocacia e suporte técnico ajudou a acelerar a criação de ciclovias, com cidades como Austin e Denver adicionando mais de 160 km de infraestrutura em poucos anos.
Link: Final Mile
Projeto de Mobilidade de Quelimane (Moçambique):
Quelimane, conhecida como a Cidade Africana dos Esportes, quer se transformar também na Cidade Africana da Bicicleta e da Caminhada. Uma das vencedoras do BICI, a cidade vai aumentar sua malha cicloviária de 3 mil metros para 5 mil metros, com um grande investimento também sendo feito para melhorar as calçadas - o verdadeiro calcanhar de Aquiles da cidade
Link: Forbes
World Bicycle Relief:
Projeto que envolve a distribuição das chamadas Bicicletas Buffalo. Essas bicicletas são projetadas para serem extremamente duráveis mesmo em terrenos difíceis, como os encontrados em áreas rurais da África. A iniciativa tem como objetivo fornecer um meio de transporte confiável para todos, facilitando o acesso à educação, saúde e oportunidades econômicas. A organização já distribuiu milhares dessas bicicletas em países como Zâmbia, Quênia e Zimbábue, promovendo a mobilidade e melhorando a qualidade de vida das comunidades.
Link: World Bicycle Relief.
Bogotá, Colômbia:
A cidade expandiu sua infraestrutura cicloviária durante a pandemia com 84 km de ciclovias temporárias, das quais 28 km se tornaram permanentes. Essa iniciativa melhorou significativamente a conectividade urbana, promovendo a bicicleta como meio de transporte. Atualmente a cidade tem quase 600 Km de ciclovia, com mais da metade da população vivendo perto da infraestrutura cicloviária.
Fonte: ITDP
Como você viu, estimular o uso da bicicleta, seja com projetos de infraestrutura urbana ou de educação no trânsito, é algo que depende bastante do poder público. E isso deve ir, claro, muito além do Dia Mundial Sem Carro.
Além disso, como todos sabemos, uma cidade com mais ciclistas e pedestres é mais segura, menos poluída e barulhenta.
Sempre acreditamos que a bicicleta é uma ferramenta fundamental para promover uma mobilidade urbana sustentável e acessível para todos. Acreditamos que investir em ciclovias, programas de incentivo ao uso de bicicletas e educação no trânsito são passos essenciais para transformar nossas cidades em lugares mais saudáveis e democráticos.